Os que visitam a Quinta juram que em local algum se sentem tão bem como na casa secular de Eurico Ponces de Amaral e Maria Cremilde, sua mulher. Os que bebem os vinhos aí produzidos, garantem que são tão memoráveis como a lendária hospitalidade do casal.
Erguida no Século XIX, a Casa da Quinta da Fata ocupa em vinhedo 6,5 dos seus 10 hectares, que produzem 30 mil garrafas por ano. Aí se cultivam, numa encosta suave exposta a sul, castas portuguesas e internacionais. Com natural predomínio para a Touriga Nacional, que tanto tem honrado os vinhos da região, a Quinta inclui ainda parcelas menores de Encruzado, Tinta-roriz, Alfrocheiro e Jaen
Eurico Ponces de Amaral é escrupuloso na elaboração dos seus vinhos. São produzidos na propriedade, usando processos ancestrais, com fermentação em lagares de granito e estágio em barricas de carvalho francês e americano, onde adquirem um corpo e volume de que sobressai o aroma elegante da Touriga Nacional.
As suas características notáveis foram reconhecidas por inúmeros prémios, nacionais e internacionais, com destaque para medalhas de ouro e de prata no Challenge Internacional du Vin, no Concurso Mundus Vini, e para o primeiro prémio no Concurso de Melhor Vinho do Dão.
No portfólio da casa destacam-se um branco Encruzado, com bom volume, boa acidez, para quem aprecia perfis austeros e minerais. Entre os tintos, sublinha-se um Reserva Clássico composto por um lote de três castas, muito expressivo na boca e elegante no corpo. O tinto Reserva, com menos madeira, é um lote de Touriga Nacional e Roriz, que o crítico João Paulo Martins elogia pela “sensação floral”, “num registo fresco, com elegância” e “fruta de qualidade”; enquanto o tinto Touriga Nacional revela, nas suas palavras, “um bom perfil de boca, redondo e afinado”, combinando “volume e potência” com uma “acidez sempre viva” exibindo frescura.
Além dos vinhos Quinta da Fata, a casa apresenta ainda uma homenagem a um antepassado da família: o tinto Conde de Vilar Seco. Feito exclusivamente com Touriga Nacional, esta edição singular (também disponível em formato magnum) tem merecido entusiásticos encómios pelas excelentes provas que proporciona e pela harmonia que emudece os criticos mais exigentes.
Longínquos nos parecem agora os tempos em que os vinhos do Dão eram vendidos a granel nas tascas portuguesas. Hoje em dia a Região Demarcada é responsável por algumas das nossas criações mais exclusivas e originais. Um punhado de produtores de excepção, como a Quinta da Fata, têm realizado um trabalho notável para as divulgar dentro e fora do país, de modo a que um dia possam ser reconhecidas pelo mundo e saboreadas com a paixão que merecem. Ou não fosse este o coração do Dão.