A minúscula região Demarcada do Vinho de Carcavelos designa um terroir a Oeste de Lisboa, nos concelhos de Cascais e Oeiras, caracterizado pelos terrenos calcários, virados a sul, e pelas temperaturas amenas e a proximidade do mar. A celebridade dos seus vinhos, tão bem firmada na memória dos portugueses, explica que tenham alcançado um estatuto celebratório e quase cerimonial: em 1782, o rei D. José I enviou-os à corte de Pequim como prova do afecto da coroa e do país.
Produzidos desde o Século XVI, foram protegidos pela lei já em 1908, mas têm sofrido em anos recentes as investidas da pressão urbanística. Bom motivo para que o Município da Oeiras tomasse a seu cargo a sua proteção, inaugurando, mais que uma marca, uma homenagem viva às técnicas e à excelência deste importante património.
Os vinhos Villa Oeiras capturam assim a essência dos vinhos licorosos da nossa memória colectiva: delicados, de cor topázio, aveludados, com aroma de amêndoas, mel e especiarias, revelando boa acidez, deve os seus aromas peculiares ao envelhecimento mínimo de sete anos em cascos de carvalho português e francês. As castas são as que aqui se dão desde tempos imemoriais: a Galedo Dourado, a Ratinho e a Arinto, mas também e Piriquita e a Preto-Marinho. Pronunciar os seus nomes é como regressar a um mundo pautado pelo ritmo das estações e pelo trabalho manual.
Convidamo-lo a descobrir estes vinhos delicados, com volume notável e aromas complexos, e associar-se assim ao esforço de preservação, recuperação e revitalização do património de que constituem um testemunho tão gratificante. Saborear um dos deliciosos vinhos de Carcavelos Villa Oeiras é mais do que uma experiência organoléptica memorável: é como fazer parte da História, celebrando a vitalidade de tradições tão nobres como a nobreza da corte Lisboeta que desde há cinco séculos os tem consumido.