A Região Demarcada do Vinho Verde é delimitada a norte pela fronteira com a Galiza, a sul pelo relevo das serranias e a poente pelo Atlântico. A influência do mar percorre este anfiteatro natural, depositando nas vinhas milenares, e nos vinhos que delas provém, uma frescura considerável que encanta os apreciadores.
No centro deste território, as três parcelas da Casa da Gazalha incorporam o encanto pitoresco da vida agrícola e a variedade da cor local.
A primeira parcela, de pouco mais de meio hectare, acolhe a casta vinhão, muito tradicional na zona, e produz dois mil litros de vinho que não chega a engarrafar-se, pois é vendidona quintamal se finaliza a vindima.
A segunda vinha, da casta trajadura,fica na parte mais baixa da quinta, com um solo profundo e húmido de nove mil metros quadrados, fornecendo entre quatro a cinco mil litros de vinho da marca original Casa da Gazalha.
Em 2013 plantou-se outra parcela da casta, num terreno elevado, com um solo mais seco e mais pobre,de oito mil metros quadrados. E aqui nascem vinhos de superior qualidade, como o “Colheita” e o “Grande Escolha”.
Embora não o ostentem em rótulo, são monovarietais. A trajadura, que amadurece bem na região, está pronta a vindimar em Setembro, antes das chuvas, e confere aos vinhos muita consistência. Caracteriza-se pelo aroma delicado, pouco acentuado, e excelente prova de boca.
Os vinhos exibem grande leveza e respeito pelo terroir. São verdes tradicionais, mais secos, indiferentes às tendências da estação, com a acidez equilibrada e teor alcoólico a rondar os 10,5 ou 11º, devido à proximidade do mar.
Do Casa da Gazalha Colheita 2015 saíram 3300 garrafas. As uvas, ligeiramente prensadas, fermentaram 20 a 25 dias em cubas de aço inox a temperatura muito baixa, dando ao vinho a frescura e o aroma tropical posto em relevo pelo teor ligeiro de bolha.
O Casa da Gazalha Grande Escolha 2015 aproveitou as condições metereológicas invulgares do ano da colheita. Uma maturação soberba permitiu fazer uma selecção de uvas de muita qualidade a 3 de setembro. Ligeiramente prensadas, deram um mosto que fermentou durante 35 dias em cubas de inox a 15ºc.Depois de fermentado o açucar, quedou-se o vinho em contacto com as borras finas de levedura, e mantido em batonage cerca de um mês. O processo originou um vinho redondo de grande complexidade aromática, estrutura de boca aveludada, superiormente equilibrado, de que se fizeram 792 garrafas e 203 magnums.
Na ecologia extraordinariamente rica e variada da Região do Vinho Verde, a Casa da Gazalha brilha entre centenas de pequenos produtores. O tempo, que tudo decide, se encarregará de a consagrar, e ao belo território em que se ergue, no imaginário de quem ama os vinhos de Portugal.