Havia muito que Carlos Lucas e Carlos Rodrigues trabalhavam lado a lado, na Dão Sul, um dos maiores produtores portugueses, quando decidiram conceber os vinhos que verdadeiramente amavam. Alargando o convite à enóloga Lúcia Freitas,começaram por explorar a Quinta do Ribeiro Santo, propriedade do primeiro, na Região Demarcada do Dão. Lúcia criara uma marca duriense de prestígio, a Baton, que se juntou ao projecto. Mais tarde este seria completado com a aquisição de uma nova quinta às portas de Mora, no Alentejo.
Hoje a Magnum Carlos Lucas integra estes terroirs tão distintos numa obsessão comum pela qualidade. A Quinta de Ribeiro Santo, Carregal do Sal, na Região Demarcada do Dão, constitui a casa-mãe. Em vinhas de produção integrada, respeitando o ambiente, foram plantadas castas típicas da região — Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinto Cão e Encruzado — em terreno granítico pobre, com afloramentos rochosos. Ali se produzem vinhos notáveis, começando desde logo pelos que acolhem o nome da Quinta. O Ribeiro Santo Branco mereceu 89 pontos na Wine Enthusiast e uma medalha de Prata no Internacional Wine Challenge de 2013, enquanto o Tinto obteve 89 pontos na mesma revista, e pontuação idêntica na Wine Spectator, sendo Prata na Berlin Wien Trophy de 2015. O Tinto Reserva chegou mais longe, conquistando 92 pontos na Wne Enthusiast. É um blend de Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz, com aroma complexo, notas de bagas silvestres, caruma de pinheiro, que envelheceu 9 meses em carvalho francês.
De destacar também o Ribeiro Santo Encruzado, Medalha de Ouro em Berlim e 90 pontos Parker. Branco de aroma delicado, notas de limão, maçã verde, na boca com fruta fresca, mineral, acidez cítrica, excelente equilíbrio.
O portfólio prossegue em crescendo, com os Ribeiro Santos Touriga Nacional e Grande Escolha. O primeiro com os aromas a casta, amoras, gingas, flores de campo, obteve 90 pontos na Wine Enthusiast. O segundo revela-se um vinho monumental, com 93 pontos na mesma publicação, tendo envelhecido 14 meses em carvalho francês: um aroma sublime com notas minerais e de frutos silvestres, fresco, pleno de carácter e elegância.
Igualmente apreciados são os Vinhas de Neve, Branco e Tinto. O crítico de vinhos João Paulo Martins, no seu guia canónico de vinhos portugueses, reserva ao primeiro a pontuação raríssima de 17,5 valores, e ao segundo a de 17. Elogia o branco, da casta Encruzado, pelo “aroma muito elegante, finíssimo na fruta, delicado e de perfil muito requintado, com uma madeira de excelsa qualidade… Conjunto luxuoso.”. Já o tinto merece-lhe todo o respeito pela elegância, a “delicadeza do conjunto”, com fruta que “comanda a prova”.
Num portfólio vasto não poderiamos deixar de referir o extraordinário Carlos Lucas 20 anos tinto. Prémio de Excelência da Revista dos Vinhos, 18 valores de João Paulo Martins, recebeu encómios pela “enorme elegância aromática… taninos de grande qualidade, muito polidos” e pelo perfil “fino, vibrante, delicioso”.
Da Quinta do Douro, a Magnum Carlos Lucas retira também criações de grande nível, merecendo um sublinhado especial o Batom Tinto, 92 pontos Wine Enthusiast, Ouro no Concurso Vihos de Portugal, entre outras distinções. Vinho de grande complexidade, elaborado de várias castas provenientes de vinhas velhas, estagia 12 meses em barricas de carvalho francês, avultando neste vinho a elegância e o equilíbrio.
Do Alentejo provém as marcas Flor de Maio e Maria Mora, sendo esta a designação da Quinta. O Maria Mora Tinto é um blend de Touriga Nacional, Trincadeira e Syrah. Vinho muito aromático, com notas de frutos vermelhos e especiarias, revela excelente acidez, textura aveludada, e obteve 92 pontos na Wine Enthusiast. O Maria Mora Reserva, medalha de Ouro no Internacional Wine Challenge, é um vinho muito aromático, que combina Touriga Nacional, Syrah e Alicante Bouschet, dando boa prova de excelente acidez, textura aveludada e final muito fresco.
Com uma versatilidade invulgar, que atravessa regiões, terroirs e castas variadas, os vinhos da Magnum Carlos Lucas exibem um carácter e uma qualidade que a crítica e os apreciadores reconhecem em todas as suas declinações. Não surpreende que a empresa tenha sido merecedora do maior galardão da agricultura portuguesa, o prémio de Agricultor do Ano, em 2014, com toda a justiça, e para enorme alegria de quem sabe quem são.