A Casa de Vila Nova é uma das casas históricas que ornamentam a bela sub-região do Sousa, na Região Demarcada do Vinho Verde, a poucos quilómetros de Penafiel. Há oito séculos que prospera com a sábia administração dos Lencastre, família de nobre linhagem que em anos recentes descobriu todo o potencial das suas vinhas.
Ali se dão as castas tradicionais de Vinho Verde — o Alvarinho e o Loureiro, mas também o Avesso, o Chardonnay e o Sauvignon Blanc, que encontram neste terroir único as condições ideais de maturação. Numa adega contemporânea, com área coberta de 2,300 metros e capacidade instalada para 350.000 litros, procede-se a uma vinificação criteriosa, capaz de extrair das uvas todo o seu potencial.
O portfólio demonstra bem o triunfo dos Lencastre no mundo do Vinho Verde. Inicia-se pelo Vila Nova Alvarinho, varietal aromático, com notas de fruta branca e mineralidade; um vinho muito equilibrado, com bom volume e final longo e persistente. Passa-se depois para o Avesso, da casta originária do Baião que produz vinhos como este, delicados, subtis, complexos, mas ainda frescos, harmoniosos e perfumados. Também o Loureiro alcança aqui uma das suas mais interessantes expressões, num monovarietal irreverente, muito cítrico e aromático.
Entre as castas internacionais, destaque para a Sauvignon Blanc e a Chardonnay. De cada uma se fez um Vila Nova varietal. O primeiro exibe os tradicionais aromas da casta, frescos e tropicais, numa declinação suave, muito fresca e equilibrada. O segundo é um néctar de cor dourada, com notas de maça verde, toque de madeira e boa estrutura. Ambos honram de modos inesperados esta região.
Um caso sério, no que respeita à qualidade e ao vigor das suas características organolépticas, é o Vila Nova Reserva. Um vinho que estagia 12 meses em carvalho francês, com notas de madeira, ideal para acompanhar carne, peixe, marisco e sushi, dando asas a todo o seu potencial gastronómico.
Em último, mas não por fim, merece toda a atenção o Vila Nova Vinho Verde, que em 2017 recebeu o diploma Verde Ouro para o “Melhor Verde do Ano” numa gala organizada pela Comissão de Viticultura da Região dos Verdes. Um primus inter pares, blend de Loureiro, Arinto e Avesso, com perfil feito de aromas florais, notas de frutos cítricos, jovem e vibrante, feito para acompanhar carnes brancas, saladas, ou para beber como aperitivo elegante.
Os velhos Lencastre, cuja sombra tutelar é acolhida como uma inspiração benevolente na Quinta de Vila Nova, teriam orgulho dos seus descendentes. Eles, que talvez tenham presidido à Reconquista, não desdenhariam os triunfos de Martim, António e António Azevedo Guedes, nem o brilho com que presidem aos destinos desta propriedade ancestral.