A região da Melgaço, nas margens do Rio Minho, é o berço do Alvarinho, a casta que conquistou há muito a reverência dos apreciadores. Aqui, seis gerações da mesma família aperfeiçoaram, desde o século XVII, a refinada alquimia do melhor dos vinhos verdes.
Na Quinta do Louridal, de onde provém este Poema, os vinhedos em anfiteatro emoldurados pelas montanhas criam raízes no solo granítico e são acariciados pela brisa suave do rio. O microclima de transição, Atlântica para Continental, de verões quentes e secos, noites frias, invernos húmidos e severos, aporta a frescura e elegância que tornam este vinho lendário.
Antes de ser marca registrada, o Poema ornamentou cerimónias religiosas, jantares de amigos e celebrações familiares durante gerações. É um Alvarinho sem pressas, elaborado só com vinhas da quinta, que repousa 24 meses sobre borras finas e vários meses em garrafa para adquirir complexidade e elegância.
De cor citrina, reflexos esverdeados, exibe notas subtis de flores brancas, lichias e frutos exóticos, com um toque de mineralidade. De grande complexidade, revela-se muito fresco na boca revela, envolvida por uma sensação de volume e sucrosidade, com final equilibrado e muito elegante.
João Paulo Martins, no seu guia canónico Vinhos de Portugal, atribui-lhe a rara pontuação de 17 valores. Elogiando a riqueza da fruta, a qualidade do aroma e da estrutura, apelida-o de “boa aposta”, capaz de suportar bem a cave.
Desde o ano 2000, em que recebeu o nome de baptismo, o Poema é reconhecido por uma selecta audiência internacional. Em 2009 foi incluído na lista dos 50 Grandes Vinhos Portugueses de Sarah Ahmed. E hoje em dia podemos encontrar exemplares deste vinho em alguns dos melhores restaurantes que mereceram a distinção dos guias Michelin: O Aldea, de George Mendes, em Nova Iorque. O Fortaleza do Guincho, de Miguel Vieira. O Belcanto, José Avillez.
Originário das paisagens paradisíacas do local mais setentrional de Portugal, contaminado pela riqueza da fauna e da flora do Gerês, o Poema celebra toda a inspiração da natureza e o saber das gerações que o conceberam, desde o século XVII, desafiando a eternidade