Há encontros que marcam o destino de uma família e a história de uma região. Quando Cees e Inge de Bruin se instalaram na Vidigueira, vila de suaves planícies e vinhedos com tradição milenar, poucos adivinhariam que a sua a Quinta do Quetzal seria consagrada entre a elite dos produtores de Alentejanos. Hoje, com dezenas de prémios, e um track record de sucesso no país e no estrangeiro, ninguém disputa a distinção do seu trabalho íntegro em favor dos vinhos desta região e de Portugal.
A Quinta é desde logo ornamentada por uma adega notável pelo encanto arquitectónico, de cariz contemporâneo, capaz de tirar o melhor das uvas através por uma combinação de processos que unem a tecnologia e a tradição. Aqui, os enólogos José Portela e Rui Reguinga — cuja vasta experiência inclui projectos em Bordéus, Champanhe, Argentina e Áustria — desenvolvem produções limitadas de vinhos cheios de carácter, que extraem todo o potencial do terroir, do solo xistoso, da inclinação natural, da exposição solar e das extraordinárias castas autóctones ou há muito adoptadas na região. Depois, esses vinhos são guardados numa cave a grande profundidade, que mantém a temperatura sempre fresca a que as uvas envelhecem harmoniosamente. Não muito longe dali encontramos, não por acaso, os vestígios da adega romana mais antiga da Península Ibérica.
Os vinhos da Quinta do Quetzal enumeram-se com uma brevidade que contrasta com a sua vasta lista de galardões. A gama Quetzal, propriamente dita, segmenta-se em Reserva Branco, Reserva Tinto, um varietal Cabernet Sauvignon. O Quetzal Reserva Branco é feito com uvas de Antão Vaz das vinhas mais antigas, apanhadas à mão e processadas por gravidade na adega. É um vinho aromático complexo, com frutos tropicais, tosta e especiarias, sedoso, com acidez equilibrada, que obteve Medalha de Ouro no Wine Masters Challenge 2015 e 94 pontos no Ultimate Wine Challenge 2016.
O Reserva Tinto, blend de Syrah, Alicante Bouschet e Trincadeira, é um vinho muito concentrado, com fruta madura, taninos sedosos, estagiando pelo menos 20 meses em carvalho francês, que obteve medalhas de Ouro tanto no Concours Mondial Bruxelles como na Mundus Vini 2017.
A outra gama da casa foi baptizada de Guadalupe, celebrando uma capelinha que ali se ergue e as suas tradições ancestrais. Entre os vários vinhos que a integram, notabiliza-se por um Branco Winemaker’s Selection, e um tinto com a mesma designação. O primeiro é um vinho mineral, fresco, com muita complexidade de aromas, cem por cento Antão Vaz. Só uma parte das uvas é fermentada em carvalho francês, o que explica um pouco da sua finura e delicadeza. Foi medalha de Ouro no Concurso Melhores Vinhos do Alentejo 2016, medalha de prata no Mundus Vini 2017, e considerado um dos melhores do ano pela Revista de Vinhos em 2016.
O Guadalupe Winemamer’s Selection Tinto reúne uvas perfeitamente maduras das castas Syrah, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon, num vinho frutado, com boa estrutura e complexidade, que mereceu entre outras as medalhas de ouro na Vinalies Internacionales 2016 e a Medalha de Ouro na Mundos Vini de 2017.
O percurso apaixonado da família de Bruin deu frutos memoráveis neste pedaço nobre do Alentejo. Uma terra de que cuidaram com sensibilidade de artistas, de modo sustentável, protegendo e amando um país que também já é um pouco seu.