Quinta do Monte d'Oiro

Em 1990, o renomado empresário e gastrónomo José Bento dos Santos adquiriu uma quinta em Alenquer, Região de Lisboa, para aí elaborar vinhos de excepcional qualidade. Um quarto de século mais tarde, a presença desses vinhos em alguns dos melhores restaurantes do mundo, bem como a profusão de distinções que mereceram por parte da elite dos críticos nacionais e internacionais, revelam-nos bem a grandeza do seu talento e a seriedade das suas intenções.

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A Quinta do Monte d'Oiro ocupa um terroir privilegiado em Alenquer, região de Lisboa. Distingue-se pelos solos argilo-calcários, pelo microclima mediterrânico com infuência atlântica, e pela brisa constante que beneficia maturações lentas, boa acidez, taninos suaves e a preservação integral de aromas dos vinhos admiráveis que aí se produzem.

Adquirida no princípio dos anos 90 por José Bento dos Santos, personalidade tutelar da gastronomia em Portugal, a Quinta foi desde logo consagrada à criação de vinhos de enorme carácter, complexos, repletos de frescura e elegância.

Com o auxílio do enólogo Grégory Viennois, aí se pratica uma viticultura biológica que favorece a expressão mais delicada do terroir. As castas cultivadas revelam uma peculiar influência francesa: a Syrah, tão distintiva da Côtes-du-Rhône, mas também o Viognier, a Cinsault e o Petit Verdot. Na Quinta foi ainda mantida intacta uma parcela de vinha velha que pertencera ao Visconde de Chanceleiros.

Com rendimentos de produção muito baixos, vinificação suave e estágios em madeira do melhor carvalho francês, José Bento dos Santos logrou obter desde o princípio a adesão entusiástica dos mais exigentes críticos internacionais.

Os vinhos da Quinta do Monte d’Oiro conquistaram inumeráveis distinções: a vol d’oiseau destacamos 6 Prémios de Excelência da Revista de Vinhos, 15 vinhos eleitos Os Melhores do Ano pelo crítico João Paulo Martins, 28 vinhos classificados entre o Top da revista Wine, um troféu de Melhor Vinho da Península Ibérica e 25 classificações de Robert Parker na categoria dos 90-95 pontosVários destes vinhos integram as cartas dos restaurantes de Alain Ducasse e do escol da gastronomia mundial.

O guia de referência Vinhos de Portugal, na edição de 2016, não poupa encómios ao selecto portfólio da casa. Os Lybra, em tinto, branco e rosé, são elogiados pela vivacidade e elegância. A gama Madrigal, de brancos de guarda, limpos, delicados, harmoniosos, exibem todo o poder do Viognier.

As cuvées especiais de José Bentos dos Santos perfilam-se como um catálogo de delícias da arte da vinificação. Desde logo no tinto Syrah 24, proveniente de uma parcela numerada em que a casta se expressou melhor. João Paulo Martins atribui-lhe a rara pontuação de 18 valores, enumerando a “fruta excelente, taninos de luxo, uma acidez envolvente e um estilo de grande classe que só precisa de algum tempo de cave para se revelar na plenitude”.

Uma incursão na casta Tinta Roriz viria a originar o tinto Têmpera, vinho nobre, cheio de carácter, enquanto a feliz combinação de Syrah com Touriga Nacional se declinaria, quer no Aurius, um blend opulento, requintado, que exibe toda a potencia da grande casta portuguesa, quer num projecto muito especial: Ex Aequo, a celebração de uma amizade entre Bento dos Santos e Michel Chapoutier — produtor renomado do Rhône. Vinho concentrado, envolvente, polido, obteve 95 pontos Parker.

Igual distinção mereceu o tinto Quinta do Monte d’Oiro reserva, expressão superior do terroir, reconhecido pela crítica mundial como o melhor Syrah da Península Ibérica.

Num percurso de breves décadas, os vinhos da Quinta do Monte d’Oiro ensaiaram inúmeras aproximações ao sublime conquistando a admiração sem limites dos mais exigentes apreciadores no mundo civilizado. O seu portfólio forma uma das melhores escolas de bom gosto de que podemos dispor em Portugal.