Poucas histórias desembocam num presente tão feliz, ou num futuro tão auspicioso como a dos vinhos algarvios. Graças ao talento e à dedicação dos seus produtores, o Algarve tem visto nascer um dos mais interessantes portfólios à disposição do enófilo contemporâneo. Entre esses produtores merece destaque a Quinta da Vinha, de José Manuel Cabrita, cedo reconhecida pela excelência dos seus vinhos premiados em concursos nacionais e internacionais.
A Cabrita Wines remonta a 1977, quando o pai do actual proprietário adquiriu 6,6 hectares de terra no concelho se Silves para aí erguer vinhedos. Anos depois, procedeu-se à enxertia de castas nobres, como a Touriga-Nacional, a Trincadeira e o Aragonês, por se considerar que se harmonizavam em condições únicas com o terroir da região. Em 2007 nasceram os primeiros vinhos, Cabrita tinto e rosé, em edições de 11300 e 3000 garrafas que depressa conquistaram a adesão dos entendedores.
Hoje, os vinhos Cabrita surgem num portfólio escorreito de três blends, três vinhos de castas nativas e dois reservas, que se perfilam como uma montra do melhor que o Algarve tem para oferecer.
O Cabrita tinto, de Touriga Nacional, Aragonês e Trincadeira impressiona pelo impacto aromático, em que se combinam frutos pretos maduros com notas de chocolate e café. De taninos redondos, macios, apresenta-se bem estruturado, cremoso, com final longo. O branco, blend de Arinto e Verdelho, é um vinho gastronómico, perfeito com peixe e mariscos que adorna com a sua assinalável frescura cítrica. O rosé foi elaborado com as castas do tinto, e revela grande elegância nos seus aromas a frutos vermelhos, cereja e morango, com acidez presente e evocação de fruta branca no final.
Nos varietais, destaque para o Cabrita Moscatel que recebeu medalha de bronze entre os melhores vinhos do Algarve: doce, como é próprio da casta, apresenta grande mineralidade e frescura, sendo ideal para sushi, peixe grelhado, saladas, muito gastronómico. O Cabrita Arinto, explosão de frescura e fruta, surpreende pela sua mineralidade, e pela cremosidade que o estágio em borras lhe transmite. Quanto ao Negra Mole, casta autóctone secular, regressa agora num vinho de grande intensidade, frutos vermelhos frescos, muito elegante, e decididamente a descobrir.
Caso sério são também os Reserva, tinto e branco. O primeiro, de Touriga Nacional e Trincadeira, estagia dez meses em barricas de carvalho francês. Vinho de cor de cereja preta, muito concentrada, aroma intenso de frutos vermelhos, tem bom volume de boca, e final muito rico de aromas, muito prolongado. O Reserva branco, blend de Arinto e Verdelho, estaia em barricas novas de carvalho francês. De cor amarelo palha, tem aroma a citrinos, com notas de pera e especiarias. Encorpado, exibe excelente persistência.
Ao longo dos anos, a Cabrita Wines, da Quinta da Vinha tem recebido inúmeras distinções em concursos nacionais e internacionais. De medalhas de Ouro e Grande Ouro no Concours Mondial Bruxelles a uma medalha de prata no Wine Masters Challenge, passando por uma profusão de prémios no Concurso Grande Mostra de Vinhos de Portugal e na Fatacil, os vinhos de José Manuel Cabrita não passaram despercebidos aos olhares da crítica nem ao reconhecimento dos apreciadores internacionais. Deste modo, criam um rastro de excelência que muito prestigia o Algarve e que é motivo de orgulho e exemplo para todos os que procuram criar vinhos marcantes na região.