São raros os produtores que alcançam a glória entre a elite mundial dos críticos de vinhos, mas na Quinta do Mouro esse reconhecimento é tão assíduo como justificado.
Os seus 27 hectares de vinha repousam nos melhor terroir do Alentejo, a poucos quilómetros de Estremoz, onde uma combinação de castas autóctones e internacionais — Aragonez, Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Trincadeira, Cabernet sauvignon, Merlot e Petit Syrah — criam uma alquimia notável que origina vinhos de qualidade extraordinária.
Quando Miguel Louro, em 1989, tomou a decisão de plantar os vinhedos a que tem consagrado o seu entusiasmo lendário na companhia do filho, Luís, poucos adivinhariam a sucessão de triunfos que hoje se revelam nas grandes publicações da especialidade.
A simples enumeração das notas de prova de Parker ou Jancis Robinson lê-se como um título nobiliárquico da aristocracia de outrora: 95 pontos para a Quinta do Mouro 2009 (Parker), 94 pontos para o Quinta do Mouro Rótulo Dourado 2011 (Parker), 18 pontos em 20 para o Quinta do Mouro 2008 (Robinson), 18,5 para o Quinta do Mouro Rótulo Dourado 2007… Uma série notável, para um pequeno produtor que só em 1998 se aventurou numa extensão de marca.
Hoje em dia o seu portfólio inclui, além do Quinta do Mouro, uma gama intermédia baptizada Casa dos Zagalos, e uma marca de entrada a que se deu o nome de Vinha do Mouro. Os Quinta do Mouro, de onde proveio a celebridade da casa, declinam-se ainda em séries de prestígio: O quinta do Mouro Vinha do Malhó, feito com híbridos de Cabernet-Sauvignon e estágio de 12 meses em barricas novas de carvalho francês; o Quinta do Mouro Touriga Nacional, varietal da grande casta portuguesa; e o Quinta do Mouro Cabernet Sauvignon, com o mesmo tratamento dos anteriores.
À grande reserva da casa chamou-se, seguindo a tradição alentejana, Quinta do Mouro Rótulo Dourado. Trata-se de um blend excepcional de Alicante-Bouschet com Aragonêz, Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon, que estagia 18 a 24 meses em barricas novas de carvalho francês de 300 litros antes de receber os encómios da crítica. Parker, desde logo, afirma em tradução nossa:
“A única dúvida é quão bom ainda conseguirá vir a ser. Encorpado, complexo, toma conta do palato e controla-o (…) Intenso, e com um final de fruta sumarenta (…). Não são apenas vinhos para admirar em provas. São equilibrados e bem construídos. Dão-se bem com a comida. Este produtor do Sul tem feito uma série de vinhos impressionantes”.
Que palavras destas adornem os vinhos criados por Miguel e Luís Louro deve ser para eles um motivo de prazer sempre renovado. Mas, para quem os bebe, fica sempre tudo por dizer.